quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Milagre ou enganação? vale apena remapear sua injeção eletronica

Muitos santos desconfiam dos milagres do remapeamento dos chips nos módulo da injeção eletrônica, um processo que promete aumentar de cinco a dez por cento a potência de um carro em apenas duas horas de mão de obras. Milagroso ou não, procuramos especialistas para descobrir se realmente funciona ou se é prejudicial ao seu carro.
A injeção eletrônica do seu carro está treinada para aceitar alguns parâmetros (ou mapas) de como ela deve se comportar em determinadas circunstâncias. Com estas informações, ela analisa as variáveis (combustível, clima, pressão atmosférica) e controla a curva de torque, a mistura do combustível, etc. Em alguns casos, a injeção também é programada para limitar eletronicamente a velocidade máxima de um veículo. Ao remapear o chip, estes parâmetros são alterados. Ao privilegiar algumas faixas de trabalho, você consegue aumentar a potência ou elevar o torque em baixas rotações, por exemplo. Tudo acontece muito rápido. Em carros mais antigos, uma chave de fenda e um notebook são suficientes para realizar o processo, que não demora nem duas horas na mão de um especialista. Os carros mais novos têm uma série de proteções e barreiras que tornam o trabalho mais difícil, mas quase sempre possível. O programador liga o Eprom (ou chip) ao computador e, através de um software, grava os novos dados na memória. Pronto, depois disso é só ir para o dinamômetro. Mais iai ,iai , funciona??? Sim Isso porque o motor vem de fábrica com uma margem de segurança, fazendo um equilíbrio entre consumo, potência e emissão de poluentes; o chamado custo-benefício. “Você consegue aumentar 30% o torque, ou então 30 ou 40 cavalos. Há algumas situações da curva de torque onde consegue ter ganhos de 10% ou às vezes até mais. Dá uma melhoria bem sensível na dirigibilidade do carro”, explica Ronald Funari, da oficina Funari, com mais de 15 anos na área e projetos espetaculosos como esse Golf. Por que não vem original de fábrica???????
Vamos agora a um ponto de vista mais próximo ao das montadoras. Segundo Fábio Ferreira, engenheiro mecânico e diretor do Comitê de Veículos Leves do Congresso SAE 2010, a injeção é configurada de maneira que o veículo trabalhe bem em qualquer condição. Se o dia é quente ou frio, a gasolina é boa ou ruim, todas estas variáveis são consideradas e analisadas pelas montadoras, que acertam parâmetros que permitem ao motor um bom funcionamento. Mas quem precisa trabalhar bem em todas as condições? Ronald Funari acha que estas configurações são globalizadas demais. “Eles desenvolvem carros aqui no Brasil que vão rodar no mundo todo, assim como os carros lá de fora rodam aqui no Brasil. Então você tem que atender diversas situações climáticas, diversas condições de qualidade de combustível, altitude”. Sendo assim, a potência seria arrancada desta margem dada pelas configurações “genéricas” de fábrica. “Quer dizer que se você for para a montanha ou para o nível do mar o carro não vai funcionar mais?”, brinca Fábio Ferreira, que não acredita que uma montadora, hoje em dia, iria sacrificar a potência de um carro. “Existe uma falsa propaganda de que vai melhorar, mas vai melhorar temporariamente, pois as montadoras consideram todos os seus parâmetros para trabalhar no ótimo. Ninguém fica desperdiçando motor, deixando ele trabalhar abaixo do que ele foi projetado”, diz. Além disso, pesa a questão das leis de emissão de poluentes – que, vale dizer, continuam valendo depois que você prepara o carro, então cuidado com a inspeção veicular. Trocar ou remapear o chip do módulo de injeção eletrônica pode danificar o seu motor, isso não é nenhum segredo. Um serviço mal feito (cuidado com os manés que compram os software e ferramentas de remapeamento a preço de banana no Mercado Livre e se acham especialistas) e um dono pouco cuidadoso podem acabar com sua máquina. “Você consegue aumentar o torque ou o HP, com a vida útil praticamente inalterada, desde que cuide direito, faça manutenção, não tem problema algum”, garante Funari. A opinião do engenheiro é diferente e seu conselho é que o melhor é mesmo é deixar o chip do jeitinho que veio da fábrica. “As pessoas que fazem o remapeamento não levam em consideração parâmetros de durabilidade. Podem estar submetendo o veículo a uma condição para o qual o ele não foi projetado e assim sendo ele pode se danificar mais rápido”, explica. “Além da emissão de poluentes, que o usuário não vai perceber, você pode ter comprometimento do motor, uma vez que o pessoal mexe muito com o aumento da ignição”. No caso do remapeamento para trocar o tipo de combustível, Fábio garante que não vale a pena. “De uma forma simples, não é fácil trabalhar com álcool. É bem provável que este carro vai consumir mais do que um carro equivalente que foi projetado para trabalhar com álcool”. O que vai acontecer é que a relação de preço entre álcool e gasolina pode não compensar o investimento e peças como a bomba de combustível irão se degradar facilmente. Mais importante do que a integridade do motor, a sua segurança vem em primeiro lugar. “O software alterado pode não se comportar de maneira cem por cento correta, ele pode submeter o veículo a uma condição indesejada de operação de segurança”, e que cita a Toyota como exemplo de que a parte eletrônica do carro pode te deixar na mão. “Se você submete o veículo a uma condição eletrônica não muito segura, você pode estar correndo um risco.